O maior exportador de petróleo do mundo, a Arábia Saudita, vem reduzindo sua produção e carregamentos de petróleo nos últimos 2 anos, face aos compromissos na esfera dos acordos de corte de produção da OPEP, dando exemplo como maior produtor e líder do cartel.
Os sauditas têm mantido suas exportações estáveis abaixo de 7 mbpd nos últimos meses, para evitar que outro grande excesso de oferta de petróleo diminua os preços. Com baixos níveis de exportação, a Arábia Saudita reformulou drasticamente os destinos prioritários de suas exportações de petróleo, impulsionando as vendas do maior importador de petróleo, a China, e reduzindo as remessas para os Estado Unidos.
Com o volume de exportação e a remodelação dos destinos, os sauditas procuram matar 2 pássaros com uma única pedra. O objectivo é reduzir as exportações de petróleo para o mercado dos EUA, e a curto prazo reequilibrar os estoques globais em níveis médios adequados ao mercado.
Outro objectivo é de impulsionar as vendas de petróleo para a China, que não é apenas o maior importador de petróleo do mundo, mas também um dos mercados notoriamente opacos quando se trata de reportar estoques de petróleo.
Deste modo, a Arábia Saudita está a drenar o mercado e torná-lo mais transparente, enquanto conquista uma maior fatia do mercado chinés, aproveitando-se também das sanções dos EUA ao Irão para impulsionar as vendas.
As importações norte-americanas de petróleo saudita em Julho de 2019 caíram 62% em relação ao mês de Agosto 2018, para apenas 162.053 bpd. Estima-se que as exportações para a China estejam em torno de 1.8 mbpd, enquanto que os carregamentos observados para os EUA situaram-se em apenas 161.000 bpd, volume mais baixo desde Janeiro de 2017.
Embora a Arábia Saudita reduza as exportações para os EUA, espera-se que construa um relacionamento a longo prazo com o mercado de petróleo da Ásia e cativar a demanda futura na região que mostra o único crescimento sólido da demanda nas próximas décadas.
No início do ano de 2019, Saudi Aramco, assinou um acordo de joint venture com a China e a índia, para a construção de um complexo petroquímico e de refino, totalmente integrado no valor de $10 biliões, que será abastecido com petróleo entregue pela Arábia Saudita. Este é apenas um dos acordos que a Saudi Aramco assinou recentemente com a China e a Índia para manter participações no sector downstream na Ásia, vinculados por compromissos de fornecimento de petróleo a longo prazo. (Oilprice).