A Argélia decidiu reduzir seu orçamento para este ano em 50%, devido à baixa arrecadação de receitas causada pela queda do preço do barril de petróleo.
O país que já sofria um aperto nas reservas cambiais antes mesmo do colapso dos preços do petróleo no início de Março, em consequência da guerra de preços entre a Rússia/Arábia Saudita e à queda da demanda global face a propagação da pandemia covid-19, o que forçou o governo a adoptar medidas e acções drásticas para proteger suas finanças este ano .
A Argélia produz actualmente cerca de 1 mbpd. A indústria de petróleo e gás é a espinha dorsal da economia argelina. O petróleo representa 20% do produto interno bruto (PIB) do país e responde por 85% de todas as exportações.
Como todos os principais países produtores de petróleo, a Argélia também sofre com os preços baixos do crude. No entanto, o presidente da Argélia, Tebboune, descartou na semana passada a possibilidade do país recorrer ao Fundo Monetário Internacional (FMI), observando que a acumulação de dívida prejudica a soberania nacional.
Esta é a segunda redução orçamental desde que os preços do petróleo caíram no início de Março, tendo a Argélia anunciado o corte de 30% nos gastos públicos. Em Dezembro do ano passado, o orçamento previa um preço de $60/bbl, este preço foi reduzido este ano após o início da queda dos preços, tendo sido revisado para $50/bbl.
Na semana passada, o preço do crude argelino, Saharan Blend, caiu abaixo dos custos de produção. Oficialmente, o custo de produção do Saharan Blend é estimado em cerca de $14/bbl, embora haja informações que este custo ronda os $20/bbl. (Oilprice).