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Brasil Poderá Potencialmente Aumentar a sua Produção Petrolífera a 70% Até 2035

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Os próximos anos no Brasil poderão ser muito prósperos quando se tratar da produção petrolífera.

Após fechar 2018 com quase 2,6 mbpd, a produção de petróleo do Brasil deverá continuar a crescer e registrar um aumento de 0,64 mbpd, um crescimento de 25% até 2022, com algum risco de queda, caso os prazos dos contractos sejam atrasados. No longo prazo, o Brasil também pode potencialmente adicionar 1.8 mbpd na linha de produção até 2035, um aumento de 70% em relação aos níveis actuais. No entanto, para que esse crescimento de longo prazo seja realizado, o Brasil precisará criar o clima de investimento adequado para permitir que os activos entrem online por meio de descobertas futuras ou de novos planos de desenvolvimento.

A produção de petróleo do Brasil diminuiu 1% em 2018 para 2,59 mbpd, apesar do contínuo crescimento do pré-sal. Para 2019 e além, espera-se ver um aumento da produção de forma constante, fruto da actividade em crescimento de ambos os FPSOs existentes, e os novos FPSOs do pré-sal que deverão ser instalados em breve. Tudo incluído, a produção de petróleo deve crescer 24% para 3,2 mbpd em 2022. Curiosamente, a maior parte do crescimento será novamente conduzida apenas por um punhado de áreas-chaves: Búzios, Lula, Iara, Sépia, Tartaruga Verde e Mestiça, bem como os primeiros barris do gigante Mero. Esses campos, quando combinados, adicionarão mais de 1 mbpd a linha de produção.

Há sempre riscos de atrasos na implementação dos ambiciosos planos da Petrobras, as análises de sensibilidade de risco de alto nível apontam que cerca de 0.11 mbpd da produção (3%), podem não ser atingidos até 2022. O campo Búzios tem sido tradicionalmente desafiador; uma vez que um atraso no fecho do contracto para a FPSO Búzios V pode colocar 0,08mbpd em risco.

Embora a perspectiva de curto prazo parece promissora, as perspectivas de longo prazo para a produção brasileira são mais complexas. Nas condições actuais, os activos que estão em produção ou em desenvolvimento, provavelmente não serão suficientes para manter o crescimento da produção de petróleo nas próximas décadas.

Se o país quiser sustentar o crescimento de longo prazo, precisará olhar além do desenvolvimento e recuperação de activos que atualmente produzem. Isso está evidente no novo Plano Estratégico 2040 da Petrobras; espera-se agora que o Expex responda por 16% do investimento total em E&P nos próximos 5 anos, passando de $ 7 biliões para $ 11 biliões no último ciclo de investimento (2018-2022). A realização de rodadas de licitações recorrentes, especialmente para os blocos do pré-sal, desempenhará um papel vital na condução de novas descobertas e, mais importante, de novos desenvolvimentos.

A resolução das questões contractuais relativas à transferência de direitos permitirá um maior desenvolvimento na região. A licitação dos direitos para o desenvolvimento de recursos do pré-sal, além dos 5 biliões de barris concedidos à Petrobras em 2010, só poderá ocorrer após a revisão do contrato, que agora está em andamento. Em paralelo, o congresso brasileiro está a discutir a permissão para que a Petrobras venda participações não operacionais de até 70% nos campos cobertos pelo contracto de Transferência de Direitos para outras empresas. A medida permitiria à Petrobras disseminar o custo de desenvolvimento da área para parceiros externos e ajudaria a empresa a diversificar seu portfólio.

Por último, mas não menos importante, também há potencial de produção positivo relacionado ao desbloqueio de recursos na margem equatorial; no entanto, as preocupações ambientais associadas precisam de primeiro serem resolvidas. Caso estas questões sejam resolvidas, o Brasil poderá com sucesso alcançar uma produção de 4,4 mbpd em 2035, um aumento de 1,8 mbpd,  70% acima das quantidades produzidas, em 2018. A projeção pressupõe que um incremento de 3.4 mbpd da produção viria de novas descobertas. Se o país continuar a depender apenas dos actuais activos em produção ou em desenvolvimento, a produção cairá cerca de 1 mbpdd em 2035.

As perspectivas para a produção de petróleo do Brasil até 2035 dependerão fortemente da capacidade do país de se abrir para exploração adicional e desenvolvimento em novos campos e blocos. Outras empresas além da Petrobras estão preparadas para ter um grande papel na realização desses investimentos. (Oilandgaspeople).

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