O Parlamento da Líbia sediado no leste, nomeou na passada quinta-feira 10 de fevereiro o ex-ministro do Interior Fathi Bashagha como novo primeiro-ministro interino daquele país, enquanto o titular se recusa a renunciar o cargo, sendo que em virtude de sua relutância em cessar as funções foi alvo de uma tentativa de assassinato no mesmo dia.
O ressurgimento dos problemas políticos na Líbia após a suspensão das eleições presidenciais no ano passado, ameaça trazer de volta a contenda entre as instituições líbias que já se encontram fragmentadas e aumenta a perspectiva de novos conflitos e bloqueios dos portos de petróleo e outras infraestruturas energéticas. Em 2020, a Líbia mal produzia e exportava petróleo em consequência da instabilidade social que o país vivenciou naquela altura, resultando na paralisação total dos seus campos petrolíferos por um período de quase 8 meses.
No entanto, depois do bloqueio de vários campos petrolíferos líbios em dezembro e início de janeiro de 2022, a Líbia conseguiu restaurar a sua produção de petróleo para 1,2 MBPD em meados do mês passado.
O fecho de oleodutos para reparos urgentes e o bloqueio de vários campos, incluindo o maior campo petrolífero do país, Sharara, resultaram num declínio da produção de petróleo da Líbia para menos de 800 KBPD no início de janeiro do ano em curso. O bloqueio da Guarda de Instalações Petrolíferas forçou a Corporação Nacional de Petróleo do membro da OPEP a declarar força maior nas exportações de vários portos.
Portanto, o retorno do caos político na Líbia não é um bom sinal para a sua produção de petróleo que já tem sido muito afectada por conta desses conflitos, e outra grande interrupção no fornecimento pode ter repercussão nos mercados internacionais e elevar os preços do petróleo.