O governo holandês pretende fechar o maior campo de gás da Europa ainda neste ano, devido às preocupações de segurança nacional, apesar dos grandes problemas de fornecimento que o bloco europeu enfrenta actualmente.
O campo de gás Groningen, localizado na região nordeste da Holanda, perto da fronteira com a Alemanha, tem produzido apenas uma fracção de sua capacidade. Ainda assim, a produção continuou enquanto o governo estava sob pressão para aumentar a extracção desta commodity no verão passado, quando a invasão da Rússia à Ucrânia causou uma grande escassez de gás na Europa.
A produção do campo, operado pela joint venture Shell-Exxon, foi substancialmente reduzida e havia planos para eliminar a produção por completo por conta do aumento da actividade sísmica nas proximidades do campo, mesmo antes do início da crise de energia em 2021.
Anualmente registou-se cerca de 100 terremotos naquela área desde a década de 1980, com mais de 160.000 reclamações por danos à propriedade. Os mais fortes registaram magnitudes de até 3,6 na escala de Richter, com efeitos ampliados por causa do fraco solo e dos tremores próximos à superfície.
Como os preços do gás começaram a subir no outono de 2021 e atingiram níveis recordes na primavera de 2022, surgiram as especulações de que a Holanda poderia manter o campo em operação de forma a contribuir para preencher a lacuna no fornecimento de gás deixada pelas entregas dos gasodutos russos.
No entanto, um inquérito parlamentar está definido para confirmar que os governos anteriores encobriram o facto de que a extracção de gás estava a causar terremotos e as conclusões serão apresentadas no próximo mês.
O governo holandês reservou cerca de $9,5 biliões para resolver as reivindicações de danos até 2028, ao mesmo tempo em que pretende fornecer incentivos às empresas para desenvolver novos campos no Mar do Norte. Estima-se que um extra de 1 bilião de metros cúbicos poderia ser produzido dentro de 3 anos, e um adicional de 2 a 4 biliões de metros cúbicos após 5 anos.