A demanda global por petróleo observará uma queda em 2030, de acordo com o novo relatório da IEA. Contudo, o declínio na demanda é muito lento para conter os efeitos agravantes das mudanças climáticas.
A IEA, em seu último anual World Energy Outlook, afirmou que a demanda por petróleo começará a declinar na década de 2030, sob pressão do aumento da eficiência do combustível e da electrificação da mobilidade. No entanto, a IEA não observa uma subida nas emissões de dióxido de carbono até 2040, ainda que se apresente um cenário que incorpora algumas metas e políticas pretendidas. Contudo, uma economia em expansão e uma população global crescente superam esforços para reduzir as emissões. Portanto, reduzir as emissões exigirá uma política significativamente mais ambiciosa.
Por outro lado, a dissonância entre a tendência crescente de dióxido de carbono, e o compromisso dos países de alcançar um pico inicial de emissões, foi particularmente tomado em conta, face às novas descobertas científicas do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da IEA, com a finalidade de referir-se às conclusões do IPCC em 2018, o que constatou-se ausência de tempo para a execução de cortes profundos e de longo alcance nas emissões.
A IEA prevê uma demanda cada vez maior por combustíveis fósseis, o que justifica maiores investimentos em suprimentos, o que dificulta a mudança do sistema de energia.
Todavia, as energias renováveis têm observado um rápido crescimento, o que exerce uma influência significativa de todos os investimentos a nível mundial. Nota-se pela IEA, que a energia solar tem se tornado na maior e única fonte de capacidade instalada de eletricidade em 2040, superando o carvão na década de 2030.
Porém, um crescimento impressionante de fontes renováveis e metas climáticas perdidas, constituem dois factores a serem tomados em conta ao mesmo tempo, uma vez que o tempo é escasso, e as energias eólica e solar são necessárias para atender a necessidade mundial por energia.
A IEA, observou que o mundo tem adicionado cerca de 100 GW de energia solar a cada ano, o que representa quantidade de energia solar suficiente, para cobrir 200.000 campos de futebol. No entanto, levaria 200 anos para satisfação da demanda global de energia tendo em conta os níveis de 2018, uma vez que a demanda por energia não se encontra estagnada, pois observa um constante crescimento. Com 100 GW de energia solar nova a cada ano, a energia solar satisfaria apenas 20% do crescimento anual da demanda por energia futura.
Em outras palavras, enquanto observa-se o rápido crescimento da energia solar, é necessário amortecer o crescimento do consumo de outras fontes. Como alternativa para este cenário de desenvolvimento, a IEA prevê profundas reduções de emissões para atender as metas climáticas, e para isso a energia solar precisa crescer mais, numa taxa de 300 GW/ano.
Quanto ao petróleo, a IEA prevê um crescimento da demanda a uma taxa de 1 mbpd até 2025, antes de se estabilizar em 2030. Por causa do esgotamento das fontes de suprimento existentes, a IEA prevê a subida dos preços do petróleo para cerca de $90 até 2030, apesar da desaceleração constante da demanda. Os EUA respondem por 85% do aumento global total no fornecimento de petróleo na próxima década, passando de 6 mbpd em 2018, para 11 mbpd em 2030. Portanto, a IEA prevê temporariamente a actual desaceleração na produção de petróleo de xisto.
A revolução do petróleo de xisto estimulou mais de $1 trilhão de dólares em novos investimentos nos últimos 10 anos. Quase $900 biliões a montante, e o restante em novas pipelines e outras infraestruturas, incluindo terminais de exportação de GNL. No momento, este não foi um negócio lucrativo para muitas das empresas envolvidas. (Oilprice).