A Arábia Saudita encontra-se numa disputa com o Iraque para ser o principal exportador de petróleo da Índia, o 3º maior importador de petróleo do mundo em meio do surto de coronavírus.
A Arábia Saudita exportou 1,084 mbpd para a Índia em Abril, superando os 760.000 bpd exportados pelo Iraque. O Iraque era o maior fornecedor de petróleo da Índia desde 2017, substituindo o petróleo iraniano e venezuelano que se encontram sob sanções dos EUA.
Em Março, o Iraque forneceu 969.000 bpd contra os 716.000 bpd da Arábia Saudita.
Para defender a sua participação do mercado, a SOMO empresa de comercialização de petróleo do estado iraquiano, reduziu o preço oficial de venda do Basrah Light e Basrah HEAVY para o mês de Junho, que vão a caminho da Ásia com um desconto superior aos da Arábia Saudita.
Verificou-se que as refinarias indianas ainda podem assumir entre 50%-70% dos seus compromissos ao longo do mês de Junho, o que significa que a concorrência com a Arábia Saudita ainda está em jogo.
A SOMO reduziu os preços oficiais de venda na Ásia para entregas em Abril para competir com as reduções de preços da Arábia Saudita, resultando numa inundação do mercado em meio da guerra de preços com a Rússia.
A Arábia Saudita está a tentar recuperar a sua participação do mercado indiano com uma série de potenciais acordos em, incluindo o contracto inicial da Saudi Aramco de adquirir uma participação de 20% no negócio de petróleo para produtos químicos da Reliance Industries e planeia desenvolver uma refinaria com uma capacidade de processamento de 1,2 mbpd, em parceria com a empresa nacional dos EAU.
Para tirar proveito dos preços baratos do petróleo e diminuir os custos de importação, a Índia está a procurar carregamentos do Médio Oriente para preencher rapidamente as suas reservas estratégicas de petróleo até o limite máximo.
O ADNOC já está a armazenar petróleo nas instalações de armazenamento subterrâneo de Mangalore do ISPRL, tendo em conta os acordos assinados em 2018 para armazenar petróleo em Padur e Karnataka. (Platts).