Itália está a considerar aumentar as importações de gás natural da Argélia de forma a reduzir a sua dependência das importações de gás da Rússia a meio às crescentes tensões desta com a Ucrânia.
Segundo o ministro das Relações Exteriores da Itália, a Argélia apoiará a Itália no fornecimento de gás, e se tornará numa parceria ainda mais forte tanto a curto quanto a médio e longo prazo. A Europa tem sido o mercado natural de escolha para a Argélia que actualmente contribui para 11% das suas importações de gás.
Actualmente a Argélia transporta cerca de 60 milhões de metros cúbicos de gás natural para a Itália através do gasoduto Transmed, que tem uma capacidade diária de mais de 110 milhões de metros cúbicos. O gasoduto tem 2.475 km de comprimento que transporta gás natural da Argélia para a Itália via Tunísia e Sicília, e representa o mais longo sistema internacional de gasodutos, com uma capacidade de entrega de mais de 33 bcm/ano de gás natural.
A decisão da Itália surge no momento em que as sanções ocidentais sobre a Rússia ameaçam reduzir a oferta de gás no mercado, resultando em aumentos de preços, escassez de gás e apagões. A major italiana Eni, possui uma série de contratos de gás de longo prazo com a empresa que detém o monopólio do gás argelino, a Sonatrach, e é uma das maiores produtoras de energia estrangeiras naquele país.
A Itália, que gera cerca de 40% de sua eletricidade a partir de gás, importa mais de 90% do seu consumo de gás, com a maior parte proveniente da Rússia e da Argélia.