A oferta de petróleo da Ásia mudou nos últimos meses, à medida que os produtores do Golfo do Médio Oriente aumentaram as suas exportações, uma tendência que pode continuar no próximo ano. Muitos membros da Opep+ não conseguiram aumentar ou, em alguns casos, até mesmo manter seus volumes de exportação de petróleo nos níveis previstos, apesar do último acordo de produção da coalizão.
Apenas a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, com capacidade ampla e de baixo custo, foram capazes de aumentar suas exportações no 3º trimestre, adicionando 1,9 mbpd, já os outros produtores não conseguiram responder a demanda. As exportações combinadas dos restantes membros da Opep+ caíram em cerca de 1,4 mbpd desde o início do ano.
Este fracasso em aumentar a produção contribuiu bastante para a crescente dependência da Ásia do Golfo do Médio Oriente. O petróleo do Médio Oriente respondeu por 77,2% das importações da Ásia no 3º trimestre, equivalente a 11,91 mbpd, em comparação com 71,7%, ou 12,45 mbpd, no mesmo período em 2019, sendo que no 3º trimestre apenas 14% dos fluxos de petróleo da Opep+ para a Ásia vieram da bacia do Atlântico, incluindo a África Ocidental, cerca de 6% a menos do que em 2019.
No entanto, a produção estável e de baixo custo e a proximidade relativa do Golfo aos centros de demanda asiáticos conferem uma grande vantagem, pelo menos em comparação com a África Ocidental ou o Golfo dos Estados Unidos, em termos de ser capaz de reagir à demanda local devido aos tempos de viagem mais curtos. Da mesma forma, os produtores do Médio Oriente do Golfo já possuem bons volumes de capacidade de armazenamento no leste da Ásia, o que permite uma resposta ainda mais rápida aos consumidores e entregas ainda maiores.
Em contraste com o Golfo, as importações asiáticas de qualidade do petróleo africano diminuíram muito. Os 2 maiores produtores da África Subsaariana, Angola e Nigéria, têm sido incapazes de responder à recuperação da demanda de petróleo asiática e ao potencial oferecido pela redução dos cortes da Opep+. Ambos os países registaram produção instável recentemente, decorrente de uma falta histórica de investimento no upstream e problemas de manutenção persistentes.