O México planeia encerrar as exportações de petróleo em 2023, em função de uma estratégia do governo nacionalista de Andrés Manuel López Obrador, que objectiva alcançar a autossuficiência do mercado interno e satisfazer as suas necessidades energéticas.
Tal medida faz parte de um esforço do país em expandir a sua produção doméstica de combustíveis em vez de exportar a maior parte do seu petróleo para o exterior, enquanto importa produtos refinados com preços onerosos, como a gasolina e o diesel. E como prioridade para a primeira fase das novas medidas, a Pemex irá reduzir as exportações de petróleo para cerca de 435.000 BPD e aumentar o processamento de produtos refinados, prevendo-se atingir uma média de 1,51 MBPD no decorrer de 2022 e cerca de 2 MBPD em 2023. No seu auge em 2004, a Pemex exportou quase 1,9 MBPD para as refinarias do Japão e da Índia e adicionalmente participava das reuniões da OPEP como observadora.
O país pretende direcionar toda a sua produção para as suas 6 refinarias, onde inclui uma instalação em construção no estado de Tabasco, no sudeste do país, e outra que se encontra em um processo de aquisição perto de Houston/Texas, considerada parte do sistema de refino do México, mesmo localizada na fronteira com os EUA.
As refinarias asiáticas, que respondem por mais de 1/4 das exportações de petróleo do México, irão sofrer um impacto significativo dos cortes nas exportações, e também devem atingir as refinarias da Coreia do Sul e da Índia com mais força, e com cortes menores para os EUA e Europa, já que a Pemex reconsiderou não arrancar com planos anteriores planeados de diversificação fora do mercado norte-americano.