Embora o país sul americano Guiana seja o centro das atenções no que diz respeito ao petróleo, mas é no vizinho Suriname onde pode ocorrer a próxima grande descoberta de petróleo. O conjunto de descobertas da ExxonMobil na costa da Guiana, incluindo a última descoberta do Redtail-1, ressalta o potencial considerável mantido pela bacia Guiana-Suriname.
Grandes empresas de energia dos EUA, nomeadamente a Exxon e a Hess, assumiram a liderança na exploração e desenvolvimento offshore da Guiana enquanto que Apache procura repetir o seu considerável sucesso no Suriname. As crises políticas, o aumento da influência russa na Venezuela e o crescente investimento das grandes empresas de energia dos EUA refletem o fortalecimento do relacionamento dos EUA com os países sul-americanos profundamente empobrecidos.
O considerável potencial petrolífero da bacia da Guiana-Suriname, o que o US.Geological Survey estimou que quase 14 BBBL e 32 tcf de gás natural, torna os dois países importantes prémios geopolíticos. A Apache e a Total fizeram 3 descobertas no bloco 58 offshore do Suriname desde o início de 2020, o poço Sapakara west-1 em Abril e o poço Kawaskwasi-1 em Junho. A gigante de energia da Malásia, Petronas, há cerca de uma semana, abriu o poço de exploração Sloanea-1 de alto perfil no bloco 52 offshore do Suriname, e prevê que este poço irá replicar o sucesso da Apache. Em Maio de 2020, a empresa assinou um acordo de farm-out para o Bloco 52 com a Exxon, com uma participação de 50% . Isso coloca a Exxon em uma posição ideal para alavancar o conhecimento e a experiência adquiridos no offshore da Guiana.
No início de 2020, a empresa nacional do Suriname levantou $150 milhões da emissão de títulos para financiar o seu programa de investimento 2020-2027 e financiar cerca de 99 milhões de instrumentos de dívida que venceram em Maio do ano corrente. Em resposta à queda do preço do petróleo e o covid-19, a Staatsolie reduziu os gastos anuais para $20 milhões e o seu programa de drilling para 30 novos poços este ano, em vez dos 96 que havia planeado. O foco da empresa nacional é a exploração e o desenvolvimento onshore, com blocos em offshore a serem adjudicados a IOCs.
São os blocos do Suriname que possuem o maior potencial, como demonstra a experiência da Exxon em offshore da Guiana. A produção no bloco Staboroek com a Exxon, tem um break-even de $35/bbl, e espera-se que o preço caia ainda mais conforme a infraestrutura é desenvolvida, a tecnologia de perfuração melhore e o conhecimento técnico se desenvolva. A Guiana se classifica na extremidade inferior da escala global para o break-even, com o Oriente médio o mais baixo, onde estima-se que esteja entre $19/bbl a $27bbl. Isso torna a Guiana uma jurisdição de investimento muito atraente para grandes empresas internacionais, especialmente quando se considera que o break-even é menor do que muitos outros locais na América do Sul.
A colombia que é o 3º maior produtor de petróleo da América Latina, produz cada barril a um break-even médio de $40-$50/bbl, enquanto que a argentina em Vaca Muerta tem um break-even de $50/bbl para os novos projectos.
O banco de investimento Morgan Stanley acredita que offshore Suriname pode conter até 6,5 biliões de barris, quando combinado com a crescente probabilidade de baixo custo e menor risco geopolítico desde que Chandrikapersad Santokhi foi empossado como presidente, o Suriname está a se tornar uma jurisdição especialmente atraente para as IOCs.
Assim que os preços se recuperaram, algumas instituições como a Goldman Sachs e o Bank of América estimam um preço do Brent entre $60 a $65 em 2021. O FMI estima que a economia do Suriname irá encolher cerca de 13% durante 2020, em comparação com a vizinha Guiana 26% devido ao boom do petróleo. (Oilprice).