A OPEP e seus aliados concordaram em manter seus cortes recordes de produção de petróleo até ao mês de Julho, embora sem o México. Os cortes objectivam o rebalanceamento do mercado petrolífero, através da recuperação do consumo depois das consequências negativas causadas pela pandemia da Covid-19.
Os ministros da OPEP estiveram reunidos ontem, 6 de Junho, tendo aprovado a extensão adicional de 1 mês para os cortes 9,6 mbpd na produção global de petróleo, descartando a deserção do México ao pacto, assim como recebeu garantias na melhoria da conformidade aos cortes por parte do Iraque, Nigéria, Angola e Cazaquistão. Os cortes originalmente 9,7 mbpd, incluindo o México, foram programados para 7,7 mbpd de Julho até o final do ano.
A maioria dos países participantes dos cortes recordes da produção estavam dispostos a continuar o acordo actual, mas a falta de conformidade de países como Iraque, Angola, Nigéria e Cazaquistão, causou algum descontentamento entre outros membros da OPEP, alguns dos quais fizeram cortes ainda mais profundos do que o acordado em Abril.
Porém, potenciais aumentos na oferta, tanto dentro como fora da OPEP+, podem diluir o impacto do acordo e atrasar o reequilíbrio do mercado. Os preços do petróleo já subiram nas últimas semanas, levando vários operadores de petróleo de xisto dos EUA a reduzir seus planos de redução da produção, enquanto o México agora está livre para retomar seus esforços para aumentar a produção.
A capacidade ou disposição do Iraque de controlar mais a produção está em dúvida. A companhia estatal de petróleo da Líbia está em negociações com grupos tribais que controlam campos-chaves, que podem levar a um iminente renascimento da produção em cerca de 400.000 bpd, embora seja membro da OPEP, a Líbia está isenta dos actuais cortes de produção.
A Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e o Kuwait haviam concordado anteriormente em instituir 1,2 mbpd adicionais aos cortes para o mês de Junho, mas indicaram que não estariam dispostos a continuar com essas restrições até Julho.
Desde que atingiu o mínimo de 11 anos a 21 de Abril, o Brent datado aumentou 210% e foi comercializado a $41,00/bbl em 5 de Junho.
Um comitê de monitoramento liderado pelos chefes da OPEP+ Arábia Saudita e Rússia irá reunir no dia 18 de Junho, e mensalmente até o final do ano para ficar a par dos desenvolvimentos do mercado e recomendar quaisquer ajustes no acordo. A próxima reunião formal da OPEP será a 30 de Novembro em Viena.
Os preços do petróleo duplicaram efectivamente durante o mês de Maio, quando a demanda global começou a se recuperar, com o registro dos cortes na produção e o fecho de alguns poços produtores em todo mundo, causando uma queda do excesso de crude no mercado.
Embora a extensão dos cortes da OPEP+ tenha, sem dúvida, um efeito de alta nos mercados, é provável que os preços não subam muito mais, uma vez que as notícias da OPEP+ já foram amplamente cotadas.
Para que os preços do petróleo se recuperem totalmente, a demanda global terá que se recuperar e os stocks de petróleo deverão ser reduzidos, o que provavelmente levará até 2 anos.
Segundo o acordo, Iraque, Nigéria, Angola e Cazaquistão cuja produção em Maio excedeu suas quotas de produção, irão compensar com a implementação de cortes mais profundos a partir de Julho, Agosto e Setembro. (Platts).