A OPEP prevê uma perspectiva um tanto quanto pessimista para o resto de 2019, mesmo que a oferta se mantenha apertada no curto prazo.
No seu último relatório, a OPEP reduziu a previsão da demanda global por petróleo à 1,10 mbpd para o ano 2019, uma queda de 0,04 mbpd em relação ao mês anterior. Essa estimativa está sujeita a riscos de quedas decorrentes das incertezas em relação ao desenvolvimento económico global.
Contudo, a OPEP afirma que a oferta global poderá crescer 1,97 mbpd este ano, superando significativamente o crescimento da demanda. Assim sendo, este número caiu 72,000 bpd em relação a estimativa anterior, devido ao crescimento da produção abaixo do esperado nos EUA, Brasil, Tailândia e Noruega.
Todavia, a OPEP ressalta que os estoques de petróleo nos países da OCDE aumentaram 31,8 mbpd em Junho, um aumento de 67 milhões de barris acima da média de 5 anos. Em outras palavras, os estoques subiram e indicam um excesso de oferta de crude no mercado. Daí a necessidade da revisão da demanda por petróleo bruto de 0,1 mbpd para 2019 e 2020, reduzindo para 29,4 mpbd em 2020, abaixo dos 30,7 mbpd para este ano. Com base nestes dados, a OPEP+, encara um excesso de oferta para o próximo ano, uma vez que os níveis actuais de produção mantêm-se, arriscando uma nova desaceleração do mercado.
Como resultado, os próximos acontecimentos, encontram-se fora das previsões da OPEP, visto que os movimentos mais recentes dos preços são resultados da mudança da economia global, pois o preço do petróleo continua altamente propenso a flutuações. Com a queda do preço do barril de petróleo na última semana, o Brent caiu 3%, o que resulta numa permanência das expectativas para economia global, e uma constante preocupação económica devido a disputa comercial entre EUA-China.
As vendas dos EUA diminuíram algumas preocupações, na última semana, mas o cenário global continua preocupante. Uma liberação constante de dados de todo o mundo aponta para uma direcção negativa. Apenas na última semana verificou-se uma curva de rendimento invertido para os títulos do Tesouro Norte-Americano, com um mercado de acções e a crise da moeda Argentina, preços voláteis do petróleo e receios generalizados de recessão económica global.
Portanto, apesar de dados saudáveis dos EUA, presume-se uma redução das perspectivas de lucros corporativos para o próximo trimestre. Pois, pensava-se em Abril e início do mês de Maio, que haveria um melhoramento da economia com a resolução das guerras comerciais. Todavia, não há sinais de recuperação económica no 2º trimestre. Logo, os EUA farão esforços para superar a desaceleração global, visto que os volumes de comércio devem permanecer fracos, embora as perspectivas para o preço do petróleo para 2020, apontam resultados pessimistas, com o crescimento da oferta a superar a demanda. (Oilprice).