Os contractos futuros do petróleo foram negociados em baixa na manhã desta segunda-feira na Ásia, com o foco nas preocupações de excesso de oferta, uma vez que os recentes cortes na oferta estão a ser amplamente considerados improváveis de equilibrar a destruição da demanda sem precedentes, decorrente dos bloqueios globais da pandemia de COVID-19 nas últimas semanas.
O ICE Brent para entrega em Junho caiu $0,30 (1,40%) em relação ao fecho de sexta-feira, e foi comercializado a $21,14/bbl, enquanto o contracto NYMEX WTI para o mês de Junho sofreu uma perda de $1,31 (7,73%), situando-se no $15,63/bbl.
Houve um ligeiro aumento na passada sexta-feira, devido aos sinais dos novos cortes de produção da OPEP+. No entanto, o aumento crescente nos estoques e a fraca demanda por petróleo, pesam fortemente no processo de valorização do crude. Os tanques de armazenamento de petróleo continuam a encher, o estoque do EUA aumentou 15 mmbbls na semana passada.
A demanda por combustíveis para o sector dos transportes caiu face aos bloqueios globais, especialmente para o combustível de aviação, já que a maioria dos vôos permanecem cancelados.
Enquanto isso, as empresas de perfuração de petróleo continuam a reduzir as actividades devido aos baixos preços do crude. A contagem de plataformas de petróleo e gás da Baker Hughes nos EUA caiu 64 para 465 na sexta-feira, após uma queda de 73 plataformas na semana anterior, uma queda de 41% a contar desde o início do mês de Março.
As perspectivas para os preços permanecem voláteis após as oscilações violentas da semana passada, que incluíram o WTI mergulhado em território negativo pela primeira vez na história. Após ter se acalmado dos tumultos da semana passada, o mercado petrolífero poderá ainda sofrer baixas, caso os cortes se tornarem ineficazes.
O foco continua no desenvolvimento de uma solução para o coronavírus. (Platts).