O petróleo Brent irá provavelmente permanecer numa média padrão próxima aos $67/bbl em 2019, mas o rebalanceamento do mercado permanece frágil uma vez que os cortes de produção da OPEP e as sanções contra o Irão e a Venezuela compensam a nova oferta dos EUA.
O consenso alcançado na previsão para o Brent “spot” caiu de $75,50/bbl na pesquisa no trimestre anterior, com uma forte perspetiva da produção do petróleo de xisto e das principais companhias petrolíferas. Esta tendência poderá continuar em 2020, com o painel prevendo uma média de cerca de $68/bbl para o Brent.
Depois da queda no final do ano passado para cerca de $50/bbl, os preços do crude conseguiram uma recuperação para pouco menos de $70/bbl, logo após o acordo de cortes de produção liderados pela Arábia Saudita e a Rússia que objectivaram evitar qualquer choque na oferta causado pelas sanções americanas impostas ao Irão. No entanto, os EUA acabaram por atribuir isenções a 8 países, o que levará a OPEP e seus aliados reavaliarem a sua estratégia em Junho próximo.
A produção de xisto dos Estados Unidos está a aumentar, as actualizações de estratégia da Chevron e da Exxon destacam fortes operações na bacia de Permian fruto de uma melhor produtividade e maior actividade. A capacidade norte americana de expandir suas exportações de petróleo bruto aumentará durante o terceiro trimestre de 2019 com a ajuda do novo oleoduto que conecta a bacia de xisto de Permian, o condutor do crescimento da oferta de petróleo dos EUA, ao terminal de petróleo e refino de Corpus Christi na Costa do Golfo.
Espera-se que os benchemarks do crude leve WTI & Brent estejam sob-pressão no final deste ano, mas também se espera uma convergência nos preços dos mesmos, uma vez que o petróleo de xisto dos EUA concorre com o Brent e outros crudes da bacia do atlântico e dos mercados asiáticos com as características do Brent.
Há um grande optimismo em relação à oferta de petróleo dos Estados Unidos, depois que os gargalos de produção nas pipelines diminuem, e vê-se o rápido crescimento da produção da Bacia Permiana. Estima-se que uma capacidade extra de 2,6 mbpd estejam disponíveis em 2019 e no início de 2020, o que diminuirá os problemas com a oferta.
Os cortes de produção liderados pela Arábia Saudita como parte do pacto de 1,2 mbpd entre a OPEP e seus aliados ajudaram a fornecer um piso. A OPEP continua determinada a defender os preços. No entanto, o sucesso de tal estratégia parece destinado a continuar a estimular o forte crescimento dos EUA.
A produção da Venezuela em Fevereiro situou-se nos 1,10 mbpd, sendo que a previsão é que este número venha baixar para apenas 500.000 bpd no final do ano. As sanções contra o Irão e a Venezuela afectaram duramente os produtores de petróleo, com o Irã perdendo mais de 1 mbpd no ano passado. A atenção está voltada para a possibilidade dos EUA estenderem as isenções concedidas em Novembro, com a Índia e a China permanecendo como principais compradores do petróleo do Irão. O Irão poderá fechar mais poços para a manutenção dos seus campos petrolíferos.
A Líbia recuperou a sua produção para 1,2 mbpd depois de ultrapassar questões de segurança. A produção da Nigéria foi impulsionada pelo campo Egina com uma produção de 200.000 bpd que entrou em produção depois da resolução de problemas de segurança interna. A instabilidade nesses países pode trazer mais transtornos ao suprimento global de petróleo. (Platts).