O maior produtor de petróleo de África foi obrigado a reduzir a sua produção de petróleo, devido ao impacto duplo da falta de compradores e a inexistência de instalações de armazenamento capaz de armazenar a produção, mesmo após o ligeiro aumento nos preços do petróleo registrado na última semana, com o Brent a ser comercializado a $30/bbl.
O país da África ocidental aprendeu algumas lições relativamente ao comportamento do mercado petrolífero durante o período 2014/15, o que tornou a Nigéria mais preparada para lidar com a actual crise em comparação com as acontecimentos anteriores.
Outra preocupação do país prende-se na instabilidade econômica, que poderá levar a uma agitação social, especialmente no Delta do Níger, rico em petróleo e lar de muitas milícias.
A Nigéria enfrentou uma crise fiscal antes do colapso do mercado petrolífero. Há preocupações de que em junho o governo federal possa ficar sem capital suficiente, o que também indica menor capacidade financeira para financiar o programa de amnistia para ex-militantes.
A última vez que esses pagamentos cessaram foi em 2016, quando a produção de petróleo da Nigéria caiu para 1,1 mbpd, média mais baixa dos últimos 30 anos, devido aos ataques à infra-estruturas essenciais para a produção do petróleo.
As ramas de petróleo da Nigéria estavam a ser negociadas a valores mais baixos do que o custo para produzir-las, resultando numa queda mais acentuada das receitas.
O Bonny Light, principal rama da Nigéria, foi comercializada a valores muito baixos, cerca de 14,47/bbl, nível mais baixo desde Março de 1999.
O custo de produção de um barril de petróleo na Nigéria varia entre $15 a 30/bbl, sendo que os campos em offshore são os mais dispendiosos. Há 5 anos atrás, os custos de produção na Nigéria chegavam aos $50/bbl, o que indica que muitas empresas adoptaram medidas agressivas para reduzir os seus custos. (Platts).