À medida que a coalizão OPEP+ desfaz os seus cortes de produção, percebe-se que muitos produtores do grupo não têm capacidade para aumentar ainda mais a produção, e os poucos membros que podem produzir mais, têm registado nos últimos anos um declínio gradual das suas reservas de petróleo.
Actualmente, boa parte das reservas mundiais de petróleo são detidas pelos membros da OPEP no Médio Oriente, com destaque para Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, dois grandes produtores que têm o potencial de aumentar a sua produção sempre que a OPEP+ decidir reduzir os cortes.
A redução da capacidade de produção causada pela queda das reservas petrolíferas, sem dúvidas deixará o mercado suscetível a interrupções inesperadas no fornecimento, provocando uma alta prolongada dos preços internacionais do petróleo e gás. Os conflitos no Cazaquistão e o bloqueio na Líbia no mês passado evidenciaram o desafio que o mercado petrolífero poderá enfrentar se a capacidade de produção continuar a diminuir.
No entanto, à medida que a OPEP+ continuar a adicionar no mercado 400 KBPD todos os meses até que os cortes sejam liberados na totalidade, muitos membros do grupo poderão não ter capacidade suficiente em reserva para aumentar e sustentar a produção. Com a expectativa de que a demanda exceda os níveis pré-pandêmicos ainda este ano, a redução da capacidade produção e o baixo volume de investimentos no upstream ao longo dos últimos anos devem contribuir amplamente para alta significativa dos preços internacionais do petróleo a curto e longo prazo.
Enquanto isso, os produtores fora da aliança OPEP+, como os Estados Unidos, Canadá e Brasil, devem aumentar a sua produção de petróleo este ano, já que os altos preços e a demanda crescente incentivam mais actividades e perfuração de novos poços.