A Rússia já perdeu mais de 90% de participação no seu principal mercado de petróleo, o mercado europeu, em específico o norte da Europa, já que os carregamentos caíram de 1,2 MBPD antes da invasão russa à Ucrânia para menos de 100 KBPD nas últimas semanas do mês de Outubro.
O embargo da UE às importações marítimas de petróleo russo e o mecanismo de limite de preço associado ao referido crude devem entrar em vigor em 5 de Dezembro.
Os últimos dados estatísticos do mercado, apontam que cerca de 75% do petróleo russo actualmente carregado nos portos do Báltico na Rússia estão a ser redireccionados para a Ásia com grandes níveis de desconto, onde os compradores indianos e chineses não hesitaram em comprar os suprimentos de energia provenientes da Rússia.
Agora que o embargo da UE e o limite de preço proposto pela UE, Reino Unido e o G7 estão a poucos dias de se efectivar, começaram a surgir sinais de que os compradores asiáticos, especialmente indianos, procuram a todo o custo garantir o carregamento de petróleo russo antes de 5 de Dezembro e descarregar no porto de destino antes do dia 19 de Janeiro, exactamente o período no qual o embargo e o tecto de preço não estará sujeito.
Por outro lado, os compradores na Índia e na China estão receosos em efectuar compras de barris de petróleo russos após o dia 5 de Dezembro, esperando por mais clareza sobre como o limite de preço se aplicaria e se haveria alguma consequência para os consumidores do petróleo russo após o início das sanções.
De acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE), em meio a sinais de enfraquecimento do crescimento da demanda por petróleo, os embargos europeus que se aproximam às importações de produtos energéticos russos e a proibição de serviços marítimos, aumentarão a pressão sobre os balanços globais de petróleo e, em particular, nos já excepcionais apertados mercados de diesel.
A AIE defende ainda que o teto de preços proposto para o petróleo da Rússia pode ajudar a aliviar as tensões, embora uma miríade de incertezas e desafios logísticos ainda sejam visíveis nos mercados globais.