Enquanto os países do ocidente enfrentam uma crise energética e buscam alternativas para o gás proveniente da Rússia, a União Europeia planeia aumentar em 5 vezes o seu apoio financeiro a uma missão militar africana em Moçambique, país do sul de África com enormes reservas de gás natural inexploradas, atormentado por constantes ataques islâmicos e insurgentes nos últimos anos que tem estado a atrasar boa parte dos projectos de gás offshore naquele país.
As principais petrolíferas internacionais têm vários projectos offshore em Moçambique, onde grandes volumes de gás foram descobertos nos últimos anos. O gás natural liquefeito (LNG) de África tem sido apontado como uma das opções da UE para substituir parte das entregas de gasodutos russos, que não apenas foram reduzidas nas últimas semanas, mas são altamente incertas no futuro.
No entanto, os conflitos internos e os grupos rebeldes perto das áreas de desenvolvimento de LNG paralisaram alguns projectos em Moçambique, como o da supermajor TotalEnergies. O player francês declarou no ano passado força maior em seu projecto de LNG avaliado em $20 biliões, após ataques de militares islâmicos em cidades próximas ao local. O projecto está localizado nos arredores da cidade de Palma, na província de Cabo Delgado, onde militares afiliados ao Estado Islâmico estão activos há alguns anos. O projecto de LNG de Moçambique liderado pela TotalEnergies teve a Decisão Final de Investimento (FID) tomada em 2019,espera-se que a primeira exportação aconteça em 2024.
Por outro lado, a petrolífera Eni perspectiva iniciar as vendas de LNG ainda no 3º trimestre do corrente ano, depois que empresa italiana anunciou em Junho que o Projecto Coral Sul conseguiu com segurança a introdução de hidrocarbonetos na planta de Gás Natural Liquefeito Flutuante Coral Sul (FLNG) do reservatório Coral Sul.