As negociações entre a Nigéria e a União Europeia sobre acordos de fornecimento de gás no domínio do conflito Rússia-Ucrânia podem ter fracassado, já que os países da UE estão a aumentar cada vez mais as importações de gás natural da Argélia, Azerbaijão e Noruega via pipelines.
Após a escalada nas tensões entre a Rússia-Ucrânia, a UE solicitou à Nigéria que aproveitasse a oportunidade oferecida pela crise de energia na Europa para reforçar o suprimento de gás natural para o bloco do ocidente. O apelo à intervenção da Nigéria foi feito pela embaixadora da União Europeia na Nigéria e da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, Samuela Isopi, durante uma visita de cortesia dos Embaixadores da UE ao Ministro de Estado dos Recursos Petrolíferos da Nigéria, Timipre Sylva.
Ao reflectir sobre a situação de segurança no Delta do Níger que impactou drasticamente o fornecimento de gás nos últimos anos, a Embaixadora Isopi instou o governo nigeriano a intensificar a segurança na região para garantir a exportação de gás para os estados-membros da UE. Em Março deste ano, as exportações de petróleo de um importante oleoduto na costa russa do Mar Negro foram totalmente interrompidas, levando os Estados Unidos e a UE a agir rapidamente criando uma task-force comprometida em reduzir a dependência do fornecimento dos produtos energéticos russos.
De acordo com o ex-presidente da Sociedade de Engenheiros de Petróleo da Nigéria (SPE), por conta dos conflitos internos, o membro da OPEP actualmente não está numa posição dominante no mercado internacional de gás, visto que o maior produtor de petróleo de África tem enfrentado grandes dificuldades em desenvolver as suas infraestruturas para potenciar o mercado de gás do país, especificamente o seu gasoduto da África Ocidental que deveria servir a região.
Enquanto isso, o representante da UE para as Relações Exteriores e Política de Segurança, Josep Borrell, afirmou que a UE já conseguiu reduzir a sua dependência das importações de gás russo em 50%, embora seja necessário a adopção de mais políticas de racionalização do consumo e maximização das fontes alternativas para compensar a diferença.