O novo acordo de aumento da produção da OPEP+ em combinação com o aumento dos casos da variante Delta da Covid-19, contribuíram para um declínio nos preços do barril de petróleo em mais de $5/bbl, maior queda em um único dia desde o histórico 20 de Abril de 2020, em que os preços caíram para níveis negativos.
O temor em relação a variante Delta do coronavírus e a sua rápida disseminação, desencadearam uma onda de vendas no mercado. Os preços futuros de energia foram duplamente abalados pelo acordo da OPEP+ a 18 de Julho, que não só devolve a produção de petróleo bruto até o resto de 2021, mas também ao longo de 2022. Adicionando tensões adicionais, os EUA e a China entraram em confrontos por causa dos aliados dos EUA e da OTAN, devido a ataques cibernéticos.
A OPEP+ está a lutar de formas a garantir um reequilíbrio no e encerrar o impasse com os Emirados Árabes Unidos. No entanto, o novo acordo também permite que Arábia Saudita, Rússia e outros países aumentem seus volumes de produção acima dos níveis pré-pandêmicos até o próximo ano. Assim, a estratégia de produção revisada da OPEP+, caso as estimativas da demanda de 2022 se mostrem prescientes, implica menos espaço para produção não-OPEP no próximo ano, uma vez que se espera não só aumentar a participação no mercado, mas também trazer de volta toda a produção de petróleo que foi cortada devido à pandemia até no final de 2022.
O acordo permite que a OPEP e seus aliados diminuam os cortes de produção em 400.000 bpd a cada mês a partir de Agosto, totalizando um aumento total de 2 mbpd até o final do ano. O acordo também prorroga o pacto de gestão de abastecimento OPEP+ até o final de 2022, uma vez que a partir de seu vencimento anterior, em abril de 2022.
Os Emirados Árabes Unidos receberão um aumento de 332.000 bpd no seu nível de produção de referência, a partir do qual as quotas são determinadas, a partir de Maio de 2022. Mas a Arábia Saudita e a Rússia também receberão aumentos de base de 500.000 bpd cada, enquanto o Iraque e o Kuwait receberão 150.000 bpd de volume adicional.
O facto de que a grande maioria do mundo permanece não vacinada aumenta as preocupações dos mercados, principalmente pela aceleração do contágio por via da variante delta do coronavírus que se espalha pelo mundo. A propagação da variante Delta da Covid-19 deixa o mercado instável, o que poderá resultar numa paralisação da economia dos EUA e desacelerar a recuperação da demanda por petróleo