A petrolífera venezuelana PDVSA suspendeu a maior parte de suas exportações de petróleo para uma revisão dos termos contratuais que será efectuada sob orientação e supervisão do novo chefe da empresa.
A revisão visa garantir que não haverá inadimplência a curto e longo prazo, observando que, desde a imposição de sanções dos EUA ao comércio venezuelano, a PDVSA teve que recorrer a intermediários para comercializar o seu petróleo e isso criou complicações nos pagamentos.
As sanções às vendas de petróleo venezuelano foram introduzidas em 2019 pelo governo Trump, e a decisão do governo Biden de aliviar algumas dessas sanções ocorreu após a retomada das negociações no ano passado entre o governo de Nicolás Maduro e a oposição venezuelana, que levaram à assinatura de um acordo mediado pelos Estados Unidos entre o actual governo da Venezuela e a oposição, visado resolver a turbulência política do país.
A suspensão ocorreu apenas algumas semanas depois que a PDVSA reiniciou as entregas de petróleo para os Estados Unidos, após o governo norte americano autorizar à Chevron a retornar às suas operações neste país, com a condição de exportar o seu petróleo para os EUA. Enquanto isso, a indústria petrolífera venezuelana, prejudicada pelas sanções dos EUA, continua sendo uma grande fonte de renda para o país da costa norte da América do Sul, sendo que se espera que as receitas das exportações de petróleo financiem até 65% do orçamento do estado para este ano.
Mais especificamente, o governo venezuelano estipulou um orçamento de $14,7 biliões para 2023, dos quais $9,34 biliões devem vir da PDVSA, um aumento de 14% em relação a 2022. Isso significa que a PDVSA terá de aumentar a produção ou aguardar por outro aumento nos preços internacionais do petróleo. No ano passado, a produção média esteve em volta dos 600 KBPD, substancialmente abaixo da meta de 1 MBPD anunciada pelo presidente Nicolás Maduro.
A revisão contratual deve afectar também a produção e, consequentemente, as exportações de petróleo bruto.