A alta nos preços do petróleo, que levou o Brent a ser comercializado por $85/BBL este ano, causou um aumento significativo na taxa de inflação do Brasil, ameaçando a recuperação econômica daquele país.
O Brasil está entre os países mais afetados pela pandemia da COVID-19, ocupando o 3º lugar em casos e o 2º em mortes. Fruto disso, a economia do país caiu em 4% em 2020. Embora o PIB do Brasil deva se recuperar com um aumento de 5% durante este ano, a situação pode ser prejudicada pelo aumento inflacionário que reduzirá drasticamente os gastos domésticos e o investimento empresarial.
A taxa de inflação no Brasil aumentou 10,74% em outubro último, mais do que o dobro dos 4,56% registados em janeiro. Tal facto, forçou o Banco Central do Brasil, a elevar a taxa Selic em 1,5%, chegando a 9,25%, um dos maiores aumentos de taxas nas últimas 2 décadas, em uma tentativa de controlar a inflação. O banco central alertou que, a menos que a inflação diminua, os aumentos das taxas continuarão a ameaçar ainda mais a recuperação económica pós-pandêmica do Brasil, que, de acordo com alguns analistas, já estagnou.
Entre janeiro e outubro do corrente ano, os preços da gasolina no Brasil subiram 36% e o diesel subiu 22%, colocando uma pressão financeira considerável sobre muitas famílias, ao mesmo tempo que provocou uma alta nos custos de muitos bens e serviços. A alta de preços dos combustíveis levou os camionistas brasileiros a realizar protestos em grande escala, embora não tenha havido relatos de interrupções nos portos, infraestrutura de transporte ou centros de distribuição de combustível.
O Brasil é actualmente o maior produtor de petróleo da América Latina, tendo atingido uma média de 3,6 MBPD em Outubro deste ano. O país possui mais de 16 biliões de BBLS em reservas petrolíferas e tem a maior economia da região. No entanto, as recentes oscilações nos preços do petróleo têm criado uma forte ameaça à situação econômica daquele país.
