A Chevron concordou em comprar a Hess, operadora independente do upstream dos EUA, num acordo de $53 biliões, o que acrescentará biliões de barris de recursos offshore na Guiana e no campo de petróleo de xisto de Bakken, e diversificando substancialmente o portfólio de activos da super major norte-americana.
O acordo definitivo assinado pelos conselhos de administração de ambas as empresas surge do anúncio da intenção da ExxonMobil em comprar a Pioneer Natural Resources no valor de $59,5 biliões. Esse acordo centrou-se nos recursos de petróleo de xisto da Bacia do Permiano dos EUA e intensificou o ímpeto de consolidação no onshore dos EUA, face às crescentes preocupações com o esgotamento dos stocks.
A transação Hess move a Chevron para Bakken, uma grande àrea de exploração de petróleo de xisto, principalmente em Dakota do Norte, onde actualmente não opera, e também garante a entrada no sector petrolífero da Guiana, em rápido desenvolvimento, onde se tornará parceira do bloco offshore de Stabroek Block operado pela ExxonMobil.
A aquisição da Hess fortalecerá e diversificará ainda mais o portfólio da Chevron, sendo que a operação estará totalmente finalizada no 1º semestre de 2024. A Guiana é já é um activo excepcional e diferenciado que adiciona um inventário significativo de recursos em águas profundas, complementando os activos já existentes em águas profundas da Chevron em todo o mundo.
Espera-se que a Guiana apresente um crescimento de produção na próxima década, com 02 FPSOs que já produzem cerca de 380 KBPD, um terceiro FPSO deverá entrar em operação em breve, um quarto deverá entrar em operação em 2025 e um quinto em 2026, contribuindo para a recuperação de 11 BBOE já descobertos.
Nos últimos anos, a Chevron enfrentou alegações de que corria o risco de se concentrar excessivamente em duas áreas: o seu gigantesco projecto Tengiz no Cazaquistão e o Permiano dos EUA, embora tivesse mudado para diversificar com a compra do produtor de gás do Mediterrâneo Oriental, Noble Energy, em 2020.
