O Brasil está a fornecer um dos poucos pontos positivos para a demanda de petróleo fora da Ásia, com o coronavírus a devastar os EUA e a Europa. O consumo de combustível na maior economia da América Latina já ultrapassou os níveis pré-vírus e espera-se que seja mais forte do que 2019 devido à forte demanda agrícola.
A recuperação da demanda por combustível foi uma grande surpresa, a Petrobras é sem dúvidas um caso único no mundo porque eles foram capazes de melhorar a produção de combustível num curto espaço de tempo. As refinarias estatais brasileiras processaram cerca de 1,85 mbpd em Outubro, um aumento de 17% em comparação com o mesmo período de 2019, enquanto que a empresa se focava em atender à demanda mais forte de diesel a partir de uma safra recorde de gasolina para o verão. A Petrobras também tem se beneficiado do aumento da demanda pelo óleo combustível com baixo teor de enxofre.
O aumento da demanda de petróleo no Brasil é um desenvolvimento bem-vindo para um mercado global que foi forçado a dar um passo atrás devido às baixas expectativas da demanda por energia, resultante da propagação do coronavírus e o seu impacto negativo no mercado petrolífero.
São Paulo é o estado mais populoso do país, com 46 milhões de habitantes, no entanto, verifica-se que os quilômetros percorridos pelos automóveis estão acima dos níveis anteriores à Covid-19, pelo menos desde o final de Agosto de 2020. Os brasileiros têm usado automóveis com mais frequência para viagens a mais de 150 km e para ir a supermercados, postos de gasolina e lojas convencionais.
Uma safra recorde de soja e milho que o país terminou de cultivar em Outubro, levou o consumo de diesel a uma alta em 6 anos, depois que a falta de chuvas atrasou o plantio que deveria começar em Setembro.
É menos provável que a demanda por diesel seja tão forte em Dezembro, mas estima-se um aumento novamente no primeiro trimestre de 2021, quando a colheita da soja começar, essa é a época mais movimentada do ano nas estradas, quando uma frota de caminhões carregados de soja percorre 1.200 milhas para entregar sua carga aos terminais de exportação na costa.