Por mais de um ano, a Câmara Africana de Energia tem lutado contra a crescente onda de desinvestimentos estrangeiros na indústria de petróleo e gás de África, já que as organizações ambientais, financeiras e governos europeus e norte americano insistem que os países em desenvolvimento, incluindo os da África, devem fazer a transição imediata da produção e uso de combustíveis fósseis para fontes de energia renováveis, a fim de se evitar futuras mudanças climáticas catastróficas.
O Secretário-Geral da Organização Africana dos Produtores de Petróleo, Dr. Omar Farouk Ibrahim, apontou que seria um erro os africanos abandonarem os seus abundantes recursos petrolíferos, estimados em cerca de 130 biliões de barris em reservas comprovadas de petróleo e mais de 15 trilhões de metros cúbicos padrão de gás natural, para buscar fontes de energia caras e não confiáveis.
O sector de petróleo e gás exerce um papel fundamental no desenvolvimento dos países africanos detentores destes recursos, daí que as empresas internacionais de petróleo, governos estrangeiros e instituições de investimento têm um grande impacto na expansão da indústria petrolífera africana. Por exemplo, as IOCs e empresas prestadoras de serviços, têm proporcionado inúmeras oportunidades para os africanos desenvolverem habilidades profissionais valiosas.
Além disso, os investimentos estrangeiros em petróleo e gás geram receitas que podem ser usadas para construção e melhoria das infraestruturas de energia, tanto para combustíveis fósseis quanto para renováveis que ajudam a minimizar a pobreza energética generalizada do continente.
No entanto, a Câmara Africana de Energia defende a criação de bancos africanos de energia, destinados a financiar projectos energéticos em toda África, uma forma estratégica de proteger os seus países da dependência externa e perigos sociais e económicos. Actualmente, a Câmara tem a China como um possível parceiro credível para construção desta infraestrutura financeira única na África.
Com o apoio de um ou mais bancos africanos de energia, as empresas africanas não apenas poderão produzir petróleo e gás, mas também apoiarão a industrialização do continente, desenvolvimento da comunidade local, mercados de energia verde e geração de mais postos de empregos.