A produção de petróleo de xisto nos EUA revolucionou o mercado energético mundial e, ao mesmo tempo, elevou aquele país ao topo da produção mundial de petróleo e gás. Esta revolução, que teve início em 2008, impactou drasticamente a balança energética mundial, com destaque à Bacia de Permian que em pouco mais de uma década superou o campo de Ghawar, na Arábia Saudita, anteriormente considerado como o maior campo convencional de produção de petróleo do mundo.
Estima-se que a produção de petróleo dos EUA é aproximadamente 11 MBPD superior ao que seria sem a aplicação da técnica de perfuração horizontal e fraturamento hidráulico.
Infelizmente, a produção de petróleo de xisto tem enfrentando grandes desafios nos últimos anos, incluindo a pressão dos investidores de aumentar seus retornos financeiros, equipamentos e trabalhadores limitados, bem como a falta de capital. No entanto, a gigante ExxonMobil, assegura que as empresas podem duplicar a produção de petróleo de seus poços existentes nos campos de xisto, por meio da aplicação de uma nova tecnologia, “refraturamento hidráulico”, operação destinada a reestimular um poço após um período inicial de produção.
Darren Woods, CEO da ExxonMobil, garantiu que grandes volumes de petróleo têm sido deixados no subsolo apesar de já existir uma tecnologia de fraturamento há algum tempo, embora a ciência por detrás desta técnica não seja bem compreendida. Woods, revelou ainda que a ExxonMobil está actualmente a trabalhar em áreas específicas para melhorar a tecnologia de fraturamento hidráulico de modo que mais rochas impregnadas de hidrocarbonetos sejam trabalhadas para aumentar o fluxo de fluídos dos poços.
Por outro lado, o Shale Patch dos EUA não terá que esperar que a Exxonmobil aperfeiçoe suas novas tecnologias de fraturamento, uma vez que já existe uma tecnologia comprovada para que os produtores de petróleo possam retornar aos poços com baixos níveis de produção. A técnica de re-fraturamento é projectada para fazer a reestimulação de poços após um período inicial de produção, podendo restaurar a produção bem como estender a vida produtiva do poço, o que custaria menos em comparação ao desenvolvimento de um novo poço.
A Rocha Bakken, na Dakota do Norte, que conta com cerca de 24 biliões de barris de petróleo recuperáveis, abrange cerca de 400 poços abertos capazes de gerar um excesso de $2 biliões com o refraturamento hidráulico. Esta estimativa é feita com base no preço do barril petróleo de $60/bbl. Na visão de Garrett Fowler, Diretor de operações da ResFrac, um poço refraturado pode ser até 40% mais barato do que um poço novo e o dobro ou o triplo dos fluxos de petróleo de poços antigos.
Em Abril, a produtora de petróleo de xisto do Texas, Callon Petroleum Company, revelou que a areia de fraturamento, tubos de perfuração e custos de mão-de-obra aumentaram os custos operacionais de perfuração e completação de poços em aproximadamente 20% por ano. No entanto, a Callon e Hess Corp, que perfuram campo de xisto de Bakken em Dakota do Norte, foram forçados a aumentar o CAPEX, com Callon adicionando $75 milhões ao seu orçamento original, enquanto Hess adicionou $200 milhões aos seus gastos.
Portanto, técnicas como o refraturamento hidráulico permitirão que a indústria continue a produzir petróleo e gás de reservatórios de xisto. Noutra perspectiva, considera-se que a inflação, problemas da cadeia de suprimentos e o aumento de salários, são indicadores para as operadoras começarem a investir nas técnicas de refraturamento.
Tomei conhecimento.