A pandemia de COVID-19 levou à uma interdição das astividades de petróleo e gás, um fenômeno que agora afecta o mercado de perfuração em termos de poços perfurados e em termos da demanda relacionada com equipamentos de perfuração.
Foram observados uma decadência nos número de poços perfurados globalmente, deverá se atingir cerca de 55.350 poços perfurados este ano, menor quantidade desde o início do século, uma queda impressionante de 23% em relação aos 71.946 poços perfurados em 2019.
Espera-se que a actividade de perfuração venha a recuperar parcialmente para cerca de 61.000 poços perfurados em 2021, à medida que os governos diminuem as restrições de viagens, o que irá levar a um aumento da demanda e os preços do petróleo. Em seguida, estima-se uma subida para cerca de 65.000 poços perfurados em 2022, sendo que se manterão abaixo dos 69.000 poços até o final de 2025.
É provável que a América do Norte seja a mais afectada, com a contagem de sondas do país já em declínio contínuo para mínimos históricos em apenas alguns meses depois da crise. Embora a recuperação modesta seja possível no 2º semestre de 2020, a actividade de perfuração irá permanecer cerca de 50% abaixo dos níveis observados na mesma época em 2019.
Dos 55.350 poços a serem perfurados em 2020, 2.238 serão em offshore e 53.112 onshore. Antes da COVID-19, estimava-se um aumento total de poços ano/ano para 74.575, dos quais 2.896 seriam poços offshore e 71.679 poços onshore.
Tanto novos poços quanto o comprimento de perfuração serão reduzidos à medida que os investimentos na E&P diminuem, o que irá afectar toda a cadeia de suprimentos associada a esses serviços, incluindo os equipamentos de perfuração, que irão sofrer um declínio de 35% em 2020 em comparação a 2019.
Ao analisar as ferramentas de perfuração, incluímos BOPs, equipamentos de perfuração do fundo de poço, brocas, pipes de perfuração, colares de perfuração e outros equipamentos, excepto as bombas de fundo de poço usadas para elevação artificial no segmento de serviços genéricos.
Estima-se que o comprimento da perfuração, outro factor essencial para os equipamentos de perfuração, especialmente para pipes de perfuração, coleiras, pipes de perfuração pesadas e brocas, caia 25% este ano. Em um nível mais granular, como o nível regional, a redução percentual nos poços nem sempre resultará em uma redução proporcional no comprimento total da perfuração, pois a profundidade de perfuração por poço podem variar bastante entre diferentes regiões. Do ponto de vista da demanda, esperamos que as compras de equipamentos de perfuração onshore e offshore caiam para $10 biliões em 2020 em comparação aos 16 biliões em 2019. Além da América do Norte, África e a Rússia serão os maiores contribuintes para essa perda, com um declínio de 36 % a 27%, respectivamente.
No geral, os mercados onshore devem se recuperar já em 2021 e estima-se um crescimento de 7%/ano até 2025, enquanto que os mercados offshore sofrerão altos e baixos e irão manter um nível estático até 2025. Apesar do crescimento estagnado geral, Brasil, Austrália e China continuarão a oferecer oportunidades empolgantes a curto prazo, com perspectivas de crescimento entre 20% a 40% para perfuração offshore, enquanto que o Reino Unido, Guiana e México parecem promissores a médio e longo prazo.
Os Estados Unidos continuam a ser o ponto principal quanto às despesas em equipamentos de perfuração onshore, enquanto que a Noruega deve liderar a lista de despesas em equipamentos de perfuração offshore. No mercado onshore dos EUA, mais de 80% das despesas com ferramentas de perfuração serão feitas na perfuração de petróleo de xisto. As bacias do Permiano e do Apalaches irão conduzir cerca de 60% desses gastos, seguido de alguma actividade convencional em outras bacias. Ao longo da costa da Noruega, Troll, Balder/Ringhorne e Johan Sverdrup irão impulsionar a demanda por equipamentos de perfuração. (Oilandgaspeople).