Num relatório partilhado com as autoridades angolanas, a PETROANGOLA sugere o preço de $30/bbl para as ramas angolanas na revisão do OGE 2020. tendo como fundamentação a actual condição estrutural do mercado petrolífero e a baixa da produção petrolífera angolana.
Espera-se que a demanda sofra o maior declínio no mês de Abril, em cerca de 25 MBPD com o possível aumento da produção da Arábia Saudita e a Rússia, uma vez que os países continuam resilientes à um possível acordo na restrição da produção e almejam aumentar a produção para níveis recordes.

O mercado petrolífero encontra-se estruturalmente em contango, com os produtores a venderem o crude no mercado físico abaixo dos preços futuros.
Esta situação pode ser verificada através dos últimos carregamentos realizados no mês de Março, o Merey da Venezuela foi vendido por apenas $8/bbl, o Urals da Rússia foi comercializado a $18/bbl, o grade Arab light da Arábia Saudita foi vendido por $16/bbl, o Western Canada select foi comercializado a $15/bbl e o crude argelino light sweet Saharan está a ser comercializado a desconto de $2/bbl.

O diferencial entre a valorização do Brent nos mercados futuros versus a venda spot aumentou significativamente no mês de Março, situando-se nos 9%. Esta condição faz com que os traders, companhias petrolíferas e as refinarias, prefiram o mercado físico ao invés dos mercados futuros, uma vez que a maioria dos carregamentos de petróleo estão a ser comercializados abaixo de $20/bbl.
A produção nacional encontra-se em declínio acentuado, em 2019 caiu 7%. Nos últimos 2 anos, Angola sofreu uma redução diária na produção petrolífera de cerca de 250.000 barris, totalizando uma queda de produção de 90,88 milhões de barris entre os anos 2017 e 2019, representando assim, um declínio na ordem dos 18% em 2 anos.

Para o ano 2020, prevê-se uma produção média de 1,402 MBPD. No entanto, as exportações angolanas poderão cair para pouco mais de 1,200 MBPD em consequência do declínio natural da produção face a maturação dos campos, falta de investimento na exploração petrolífera e a entrada em vigor dos cortes de produção da OPEP+.
O novo surto do coronavírus trouxe uma grande camada de incerteza na indústria de petróleo e gás. O Covid-19 tem impactado negativamente os dois principais fundamentos do mercado do petróleo (oferta/demanda), tendo causado uma queda brusca de mais de 40% nos preços do barril do petróleo nos mercados internacionais.
A combinação entre os baixos preços do barril de petróleo, excesso de oferta de petróleo no mercado, a baixa demanda, o declínio da produção petrolífera e o acentuado nível de descontos nas vendas dos carregamentos de petróleo, são os principais factores que homologam o posicionamento da PETROANGOLA face a necessidade de ponderação na escolha do preço do barril de petróleo para a revisão do OGE 2020.
A PETROANGOLA é um projecto angolano, especializado e provedor de informações sobre Petróleo, Gás e Energias Renováveis. Detentor do primeiro Website angolano especializado em petróleo, gás e energias renováveis www.petroangola.com, com mais de 25.000 usuários em todo mundo, criado com objectivo de assessorar o ensino de petróleo & gás em Angola e promover o conteúdo local.