A Petrobras começou a encerrar a produção em 62 plataformas offshore em águas rasas com cortes na produção em cerca de 23.000 bpd. Anteriormente a Petrobras havia declarado um corte de 200.000 bpd como parte de um esforço global para apoiar os preços do petróleo.
A OPEP+ concordou na semana de 12 de Abril em reduzir a sua produção combinada em 9,7 mbpd, isso foi muito menor do que a maioria dos traders esperava e muito menor do que a queda na demanda que poderá chegar aos 30 mbpd. Não obstante, espera-se que outros países produtores fora da coalizão OPEP+, como o Brasil, Noruega, Canadá e os EUA possam ajudar na redução do excesso de petróleo no mercado, podendo o volume total dos cortes atingir os 20 mbpd.
A má notícia é que este nível de cortes não será suficiente, o surto de coronavírus até agora causou uma queda na demanda de petróleo de 9,3 mbpd em relação aos níveis de 2019. Somente em Abril , a demanda caiu 29 mbpd. Estima-se que no 2º semestre de 2020, a demanda venha cair para 23 mbpd, ainda assim abaixo dos níveis de 2019 e, mais adiante a encerrar o ano com 2,7 mbpd abaixo dos níveis de 2019.
Está claro para todos que os cortes são necessários, mas também parece claro que eles não serão suficientes para compensar completamente o declínio da demanda, o pior é que o armazenamento global de petróleo está sobrecarregado e continuarão a encontrar formas de armazenar ainda mais petróleo apesar dos cortes.Essa parece ser a única circunstância que poderia forçar cortes adicionais na produção de muitos, senão de todos os produtores de petróleo.
O Brasil também pode ter que ir mais a fundo nos cortes de produção de petróleo, o país estava a caminho de um novo boom da produção de petróleo, na zona do pré-sal em offshore, quando a crise atingiu os preços persistentemente baixos o que iria levar a não-execução desse recorde de produção de petróleo.
Actualmente o Brasil produz cerca de 3 mbpd, mas tinha planos de aumentar sustancialmente 310.000 bpd em 2020 e estabilizar-se nos 3,3 mbpd. (Oilprice).